segunda-feira, 26 de abril de 2010

GRÂNDOLA, APRIL 25

Grândola:
cidade icónica do verdadeiro 25 de Abril, onde até o Presidente da Camâra local foi um interveniente da referida mudança de regime, começou a comemorar a data no recinto da feira, no dia anterior.
Na realidade se não houvesse o 24 também não existiria o 25.

No recinto da feira, pelas 22h, a porta voz de um casalinho novo vindo de Odemira, dirigiu-se a mim e na sua cândida voz assessorada por uma simpatia inocente, perguntou-me:
- então o 25 de Abril, em Grandôla é isto! Com tão pouca gente?
Eu sem uma resposta pronta e a ver só algumas centenas de pessoas, retorqui embevido naquela criatura de Deus, pertença de outro macho:
- Isto ainda vai melhorar, até começarem os Deolinda, isto fica muito mais cheio.
comentou ela:
- Nós costumamos ficar em Odemira, mas este ano dissemos: vamos a Grândola, para ver como é lá! Não estava à espera de ser assim?!
Aquela assessora da felicidade do outro, chegou-se a ele e eu afastei-me daquele foco de felicidade.

Pelas 23h lá estavam os Deolinda, com as violas e o contrabaixo a dar estilo.
A Ana Bacalhau, com a pele lisa e os lábios bem pintados, assumia uma quebra corporal a partir da cintura, projectando o seu peito no sentido do público, como que a querer comunhar com a turbe. A sua voz enfadada, com tendência para o fado, era projectada através da enorme abertura mandibular, conferindo-lhe uma sonoridade e clareza própria daquele tipo de caixa de resonância humana.
Realmente, o recinto, abarrotava de gente  para ouvir os Deolinda com a Ana Bacalhau e a sua música interventiva, a puxar pela responsabilidade de cada um, tal como defendia o filósofo Sócrates.
Não percebi se Bacalhau é em homenagem ao antigo fiel amigo .

Bloggersapao

1 comentário:

  1. Uma homenagem ao fiel amigo, ou quem sabe, ao Quim Barreiros....(Será que ele é um amigo fiel?!?!)

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