quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A RECTA E A CIRCUNFERÊNCIA


A circunferência, como já vimos, gera superfícies fechadas sobre si mesmas, fazendo lembrar campos de concentração geométricos: nada daquela superfície, gerada por aquela linha sempre curva, consegue sair dali, segundo o conceito das duas dimensões.
Então porque é que foram feitas demonstrações com tanto aparato quando se falou da circunferência?
O cerne da questão reside em passar de um conceito de linha fechada para um conceito de linha aberta: e essa transmissão faz-se através da conversão de uma circunferência para uma linha aberta, uma recta por exemplo. Esta transferência de conceitos leva a que um movimento permanentemente circular se possa transformar num outro permanentemente recto, logo aberto, algo que vai mais além! Esta dialéctica foi conseguida com um êxito estrondoso no motor de combustão interna, em que o movimento permanentemente circular da cambota, provoca um movimento permanentemente linear para cima e para baixo da biela, sendo que tudo isto passa para as rodas que assentam no chão e transformam o seu movimento circular num movimento rectilíneo e isso gera movimento para lá do horizonte do próprio motor de combustão interna.
A espiral que está presente em muito do nosso quotidiano, não passa da conversão de uma circunferência a duas dimensões para uma circunferência permanentemente inacabada que decidiu evoluir na terceira dimensão, a punição da ambição da espiral na forma de mola é a permanente tendência para se converter novamente numa circunferência a duas dimensões, sendo essa tendência escravizada pelo homem, usando-a como factor de absorção de vibrações ou como recuperadora de impactos.
Mesmo quando o Aikidoca é projectado, ele converte o movimento circular num linear, aproveitando a projecção do seu corpo como protecção do mesmo, num movimento de avanço, criando espaço entre ele e o inimigo de modo a ganhar tempo e margem de manobra.
A própria moeda quando cai circula como que a dizer:
- o movimento de afastamento de uma moeda do seu actual dono para um outro é vital para a economia, dá vida à própria moeda.
CONCLUSÃO
Circular é autista, linear é progressista.
Circular pode-se transformar em linear, o que nos faz pensar em: linear é viver, em vez de circular é viver.
A conversão do movimento circular no linear, seja sempre em frente ou para cima e para baixo, pode gerar muita coisa…


Bloggersapão

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