sexta-feira, 5 de abril de 2013

DEUS, DEMOCRACIA E SÉCULO XXI

Deus é um conceito que tem várias abordagens.
 Os politeístas creem em vários deuses, cada um especialista num determinado conjunto de funções, geralmente ligadas à natureza, muitas vezes alguns desses deuses são maus e vingativos, necessitando constantemente de sacrifícios para satisfazer as suas paranoias comportamentais. Este tipo de deidades surgem frequentemente em sociedades materialmente menos estruturadas e com baixo índice de desenvolvimento tecnológico.
 Em sociedades materialmente mais estruturadas, o número de deuses diminui e pode chegar a um, chamando-se às religiões de Deus único, monoteístas, estas dividem-se em:
 religiões onde o credo, forma de acreditar, foi transmitido oralmente e
nas religiões do livro.
As religiões de credo oral, ficaram sujeitas aos erros de transmissão e às alterações que os pastores e catequistas lhes impuseram, podendo na atualidade ser muito diferentes da origem, ou não, pois geralmente têm uma componente ritual prática que por vezes assegura muito bem a sua pureza ao longo de gerações.
 As religiões do livro, têm as escrituras que alguém no passado longínquo escreveu e passou a ser interpretado ao sabor de quem está acreditado para o fazer. Neste tipo de religião, embora haja escritos diretores do pensamento, estes foram feitos na forma de histórias e com muita análise subjetiva, tendo por isso uma forte necessidade de interpretadores que os ajustam às realidades das várias épocas.
 Embora as religiões monoteístas pareçam um avanço no pensamento religioso da humanidade, na verdade verifica-se que as chamadas religiões do livro, Judaísmo, Cristianismo e Islamismo, se focam só no homem como única fonte de preocupação de Deus, dando a entender que todo o resto é concebido de forma antropológica. Devido a esta visão antropológica das religiões vigentes no Ocidente, houve grandes resistências ao avanço da ciência durante séculos.
 As religiões do livro, não enfermam de democracia em toda a sua extensão: os homens são todos iguais perante Deus, mas só os que se comportam de acordo com o preceito religioso é que têm direito a permanecer junto Dele depois da morte. A democracia entre os crentes acaba assim que a criança passa a decidir as suas ações do dia a dia, outro fator não democrático é o facto do Supremo não ter sido eleito democraticamente e existirem mesmo vários níveis de crentes perante Deus.
 O que é engraçado é que o conceito de democracia surge precisamente no seio da sociedade ocidental com tradições numa das religiões do livro.
 Se considerarmos que a democracia surge pela primeira vez em sociedades organizadas na forma de países com a revolução francesa, contabilizamos já mais de dois séculos de democracia: mas continuamos a pensar em nós humanos e continuamos a desrespeitar os outros seres e fenómenos que nos rodeiam.
 É por isso que os crentes dos dias de hoje continuam a pedir contas a Deus pelo facto de terem sido vítimas de derrocadas, vendavais, vulcões e outros tipos de acidentes.
 CONCLUSÃO
 Ainda não criámos um deus verdadeiramente universal, onde o terramoto é visto como um fenómeno normal da dinâmica da Terra e não como um abandono a que ficámos sujeitos. Um acidente humano é algo que ocorre porque fazemos tantas pequenas asneiras nas nossas avaliações e na nossa forma de agir que de vez em quando só pode acontecer um acidente.
Bloggersapão

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