Antes do nosso 25 de Abril de 1974, existiam os que eram mais considerados e os que eram menos considerados, geralmente o endinheiramento era proporcional a esse tipo de estatuto.
A populaça era borrifada com fado de raízes angolanas, futebol de origem inglesa e Fátima de origem Católica Romana, dizendo-se que estes eram os pilares do verdadeiro Portugal, usava-se então o consumo generalizado do vinho para ligar todas estas raízes "portuguesas" numa cultura chamada portuguesa.
Depois do 25 de Abril português, as pessoas mais consideradas mudaram, a diferença de estatuto financeiro mudou de mãos, embora a diferença relativamente aos menos abastados, no início se desvanecesse alguma coisa, com as ameças de duas banca rotas, acabou por se conseguir a argumentação de manter as diferenças entre os endinheirados e os que sobrevivem no mundo económico do dia a dia.
O vinho passou a cerveja para os de meia idade e a drogas para os mais novos, a religião passou para discotecas e marcas, o fado transformou-se em rock e o futebol de amador passou a profissional.
A crise e a pós crise do mundo atual, acendeu uma luz de diminuição da diferença de acessos aos bens, mas fundiu-se logo.
Em Portugal, foram quase todos apanhados com as dívidas da casa e do carro e das viagens e dos eletrodomésticos e sei lá mais do quê: aumentaram os impostos, despediram, faliram e então deram condições para aumentar o investimento no país e criar melhores condições para quem dá emprego, tendo ficado muita malta a rastejar no caminho da vida.
O Mário Soares disse hoje que não vai às comemorações, como forma de protesto contra a carestia do nível de vida estar no sentido oposto aos princípios do 25 de Abril, mas não menciona que foi com ele que perdemos muito ouro e ficámos sujeitos a duas investidas do FMI ainda antes dos anos 90's.
CONCLUSÃO
Entre 24 e 25 de Abril houve muitas moscas que morreram e muitas outras que nasceram, mas as feses têm a mesma consistência.
Bloggersapão
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