segunda-feira, 11 de julho de 2011

A RIMA

A poesia clássica tem rima e métrica, em última análise tem mais de matemática que de literatura.
Hoje numa festa familiar, revi um senhor de quem já não me lembrava, é professor de matemática e interessa-se por poesia: achei estranho, matemático e poeta.
Esse senhor passou o dia a valorizar a poesia popular e instantânea que a minha mãe costuma fazer.
Mas de tantas coisas que ele disse, começei a perceber que a forma sistemática como o dizia parecia quase uma demonstração matemática, usando teoremas e axiomas já universalmente aceites. Foi então que liguei: o tipo de raciocínio necessário para manter a métrica da poesia e assim como a rima, realmente fazem lembrar uma matriz algébrica que se vai resolvendo até atingir a resolução final.
Não tem tanto a haver com um sentimento puro, mas muito mais com a matematização do sentimento.
CONCLUSÃO
A expressão poética com métrica definida e rima, tem mais a haver com uma matriz de equações matemáticas do que a expressão pura do um sentimento.
Procurem os verdadeiros poetas nos matemáticos e não nos linguístas.
Bloggersapão

2 comentários:

  1. Manuela7/11/2011

    Esta métrica sem sentimento. Talvez seja matemática com açúcar:


    Amor é fogo que arde sem se ver;

    É ferida que dói e não se sente;

    É um contentamento descontente;

    É dor que desatina sem doer;


    É um não querer mais que bem querer;

    É solitário andar por entre a gente;

    É nunca contentar-se de contente;

    É cuidar que se ganha em se perder;

    É querer estar preso por vontade;

    É servir a quem vence, o vencedor;

    É ter com quem nos mata lealdade.

    Mas como causar pode seu favor

    Nos corações humanos amizade,

    Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

    Luís de Camões (1524-1580)

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  2. Bloggersapão8/08/2011

    Espectacular, Manuela!

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