A poesia clássica tem rima e métrica, em última análise tem mais de matemática que de literatura.
Hoje numa festa familiar, revi um senhor de quem já não me lembrava, é professor de matemática e interessa-se por poesia: achei estranho, matemático e poeta.
Esse senhor passou o dia a valorizar a poesia popular e instantânea que a minha mãe costuma fazer.
Mas de tantas coisas que ele disse, começei a perceber que a forma sistemática como o dizia parecia quase uma demonstração matemática, usando teoremas e axiomas já universalmente aceites. Foi então que liguei: o tipo de raciocínio necessário para manter a métrica da poesia e assim como a rima, realmente fazem lembrar uma matriz algébrica que se vai resolvendo até atingir a resolução final.
Não tem tanto a haver com um sentimento puro, mas muito mais com a matematização do sentimento.
CONCLUSÃO
A expressão poética com métrica definida e rima, tem mais a haver com uma matriz de equações matemáticas do que a expressão pura do um sentimento.
Procurem os verdadeiros poetas nos matemáticos e não nos linguístas.
Bloggersapão
Esta métrica sem sentimento. Talvez seja matemática com açúcar:
ResponderEliminarAmor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís de Camões (1524-1580)
Espectacular, Manuela!
ResponderEliminar