sábado, 1 de junho de 2024

ANIMAIS XENOFOBADOS


 

- Eu até gosto da família da minha dona, principalmente dela. Quando a vejo farto-me de abanar o rabo e lembo-a toda, mas cada vez que saio à rua só vejo gente, gente e mais gente, vêm-se poucos cães e cadelas e quando vejo uma cadela apetitosa nem me deixam cheirá-la É pá isto não pode continuar.




- É páaaa, comigo ainda é piooor, nem me levam a locais urbanos sequer e mantêm-me sempre dentro de um espaaaaço rodeado por reeeedes.

Eu também não sou tão amigável como vocês cãeeees, principalmente com as pessoas, éééé da nossaaaa naturezaaa. Não me deixam comer as ervas ao pé de veículos, nem me deixam aceder ás hortas saboroooosas e com aqueles cheirinhos apetitooosos.

Nunca viiii na Assembleia da República  debaterem estes problemaaaas de corte de liberdades pessoais, e por isso não sei porque é que o PAN se arvora nosso defensoooor.



- Nesse aspeto ronc ronc, a mim não me deixavam vir para a praia, mas o PAN ronc ronc defendeu esse nosso direito, por isso nesse aspeto estamos-lhe agradecido ronc ronc. Temos é um problema grave de xenofobia da parte dos portugueses, porque mal chego à praia as pessoas começam logo a fazer caretas feias ronc ronc, a apontar para mim e vão-se embora sentar-se longe de mim ronc ronc.



- Então e comigo, não me deixam ir aos supermercados onde há de tudo o que é bom e nutritivo para comer, se eu fosse à praia então aquela gente fugia aos gritos e aí é que se via a xenofobia dos portugueses tão notória. Isto não pode continuar: os portugueses que muito contribuiram para a diminuição dos nossos teritórios em África não nos deixam andar livremente aqui em Portugal e inventam montes de burocracia para entrármos cá, só nos deixam vir para jardins zoológicos e parques zoológicos, mais nada. Estes portugueses são do pior e mais, nem me deixam escolher um macho bom, apetitoso e cheiroso, impõem-me um macho e pronto tenho do aturar.



- Lá está, se tu com esse cabedal e com essa hiperaltura toda e não te respeitam nem te dão direitos quanto mais a nós.

Eu já nem sei o que é ser selvagem porque a minha raça é doméstica, só alguns que foram abandonados tiveram o privilégio de se tornar selvagens. Nós até fazemos muita coisinha que os donos querem mas não gostamos nada de ser esse tipo de cães palhaçinhos.



 - A questão é que na selva não há direitos nenhuns como estes humanos papalvos têm, mas na selva tudo tem mais qualidade. Tenho fome, sou livre de encontrar os melhores nutrientes, tenho sede, cheiro onde há água ou vou a um lago ou rio que já conheça e bebo água corrente e fresca sem químicos. Tenho cio e apetece-me ser coberta por um macho, posso escolher entre os vários que vêm ao meu cheiro e aos meus gemidos e nada disto acontece com os direitos humano, que são uma treta manipuladora.


Bloggersapão

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