- É mesmo bom aquele gajo, deixa-me maluca o cabrão.
Não consigo resistir-lhe, fico fora de mim, não sei o que se passa comigo quando o vejo?
- Olha filha, também já passei por isso, mas depois passou-me, levou-me aí uns seis meses a passar, mas também me custou muito. Cada vez que via o fulano ficava sem controlo, só fazia asneiras para dar nas vistas, entretanto fomos a um outdoor lá da escola que durou 10 dias, foi em Cabo Verde e quando vim de lá já me conseguia controlar ao pé dele, depois passou. Agora quando o vejo mexe sempre um bocadinho comigo, mas já não é nada de especial, como foi.
- Olhem meninas, eu fico assim muitas vezes quando me devoto a Deus, parece que fico sem peso, leve, leve, leve, sinto-me absolutamente protegida: é uma sensação única que nunca cheguei a sentir por um homem, nem na adolescência.
Sinto uma segurança interior total, até lhe chamo segurança interior divina.
- Essas sensações têm a haver com a interferência sensorial do que vêm ou sentem, provocando secreções hormonais a nível da serotonina, da oxicotina e da dopamina que vos alteram o funcionamento do sistema nervoso central de uma forma nítida, como se passassem a ter uma forma de pensar e ver o mundo diferente.
É uma sensação equivalente a estar drogado, só que as drogas que estão a provocar esse estado mental são produzidas pelo próprio corpo, nas nossas próprias glândulas, sendo as mais apropriadas para a nossa fisiologia. A grande vantagem deste estado é que não necessitámos comprar nenhuma droga, nem ter ficado em nenhuma situação ilegal, nem corrermos o risco de ter ficado agarrados a uma substância cara e que teremos de consumir diariamente.
- Lá estás tu armado em neurologista!
Ficámos apaixonadas desalmadamente e pronto! Não estragues as nossas sensações com essas explicações científicas mas parvas.
- Calem-se com isso senão desconcentram-me!
Grrraauummm.
