quarta-feira, 20 de março de 2013

CARNAVAL POPULAR E GANHAR POUCO

O empresário português bilionário que já foi várias vezes o homem mais rico de Portugal disse à imprensa que:
 não percebe o Carnaval popular que se mantém nos últimos tempos na forma das manifestações que os portugueses têm reproduzido, além de não perceber porque protestam por salários melhores e contestam a descida dos salários, pois sem salários mais baixos não há emprego para ninguém!
 Este senhor tem uma fortuna avaliada acima dos 1100 milhões de € ou seja mais de um quarto daquilo que o governo quer cortar no orçamento para 2013.
 Este senhor é conhecido por exigir muito dos seus súbditos empregados e pagar pouco para aquilo que exige, embora se gabe há muitos anos de ter um ótimo relacionamento com os seus empregados! Com os que ficam por não terem melhor alternativa, digo eu.
 Este empresário de sucesso, geralmente está ligado à esfera do PS e já foi várias vezes assediado para ministro, nem sequer tem grandes simpatias com o PSD nem com o PP, isto significa que a teoria que defendo e se baseia no facto de muita gente ser de uma direita castradora e ter  uma conversa avermelhada, é confirmada neste caso, costumo chamar-lhes direita política de conversa vermelha, neste caso chamo-lhe direita económica de rosa ou internacionalizando: ideais pink right.
  Este senhor, por outro lado, disse que os culpados portugueses desta crise vivem todos bem.
 Esta tipologia de pessoa, configura um desfasamento total da realidade social, pois habituaram-se a ver o dinheiro a multiplicar.
 Independentemente do esforço e dedicação que estas pessoas tiveram, não se pode cair nesta prosápia economicista: no caso do Eng.º químico Belmiro, por casamento ligou-se a uma família com dinheiro e foi a partir desse trampolim que saltou para o nível económico de que desfruta, não pretendo tirar o mérito ao homem, mas as rédeas existem porque são necessárias para as cavalgaduras.
 A sociedade do século XXI já não é a do século XVIII ou XIX sem cultura e com operários humildes que faziam qualquer coisa para sobreviverem, foi precisamente isso que alimentou ideais Marxistas, pois na altura nem a Igreja conseguiu pôr cobro à exploração desenfreada de uns e à subida da miséria de outros, subalternos dos uns.
 No mercado de trabalho, devíamos estar todos ligados por um índice:
 esse índice relacionaria os nossos vencimentos líquidos, incluindo os patrões/acionistas e aí sim, se uns descessem devido ao decrescimento do negócio então todos desciam proporcionalmente. Neste tipo de política as negociações laborais discutiriam acerca do índice que ligasse o que ganhava mais com o que ganhasse menos e não se falaria dos ordenados de uns independentemente do lucro dos outros.
 O índice teria de ser definido como 5, 10, 20 ou qualquer outro, os partidos de direita defenderiam um índice maior e os de esquerda um índice menor.
 Não seriam permitidos lucros de centenas de milhares ou milhões para uns e ordenados menores que cinco centenas para outros.
 O empresário ganharia em função dos lucros líquidos que serviriam para no final do ano fiscal definir o montante anual da remuneração de todos: patrão/acionistas, gestores e trabalhadores, depois de retiradas as fatias dos impostos, investimentos, amortizações e custos da empresa onde não incluiría os salários e subsídios.
 O salário e subsídios deixavam de ser um custo para se tornar um montante a ser retirado do lucro líquido final do ano fiscal e distribuído pelo patrão/acionista, gestores e trabalhadores/colaboradores segundo o seu índice remuneratório. Assim o lucro líquido seria distribuído por todos e a remuneração de cada um era retirada desse lucro líquido, segundo uma fórmula que relacionava o rendimento do que ganhava menos com o rendimento de todos os outros através de um índice, incluindo os gestores e o patrão/acionistas,.
 Assim neste Sistema Económico Indexado (SEI), o empresário ganharia no máximo, por exemplo 20 vezes a remuneração mais baixa da sua empresa ou do conjunto das suas empresas, assim o índice que o relacionava com a remuneração mais baixo da sua empresa/holding era 20. Os gestores seriam enquadrados num índice remuneratório, entre 1 e 20, tendo a remuneração inferior o índice 1.
 O BE defenderia na Assembleia da República que o índice remuneratório máximo do empresário devia descer de 20 para 13, enquanto o PP defenderia que o índice remuneratório máximo do empresário devia ser 35 vezes a remuneração mais baixa da sua empresa/holding.
 Desta forma, para o índice máximo de 20, o empregado que ganhasse menos, se no final do ano fiscal tivesse tido uma remuneração média mensal de 485 €, permitia que o seu patrão pudesse ter uma remuneração mensal média de:
 485*20 = 9700 €, no máximo.
 No SEI, a remuneração mínima e o índice máximo de remuneração, seriam definidos por lei todos os anos.
 O novo conceito de lucro líquido iria condicionar todas as remunerações que por sua vez não eram taxadas, mas sim acertadas pelas Finanças, no final do ano fiscal.
 O lucro líquido seria sempre e obrigatoriamente distribuído por todos os intervenientes pertencentes à empresa, segundo a fórmula indexada: os que ganhavam menos tinham o índice 1, depois haveria os que teriam o índice 1,1, os que estariam no índice 1,5, outros estariam no índice 2, outros no 2,5, haveria os do índice 5 e os do índice 10 e os do índice 13, embora o índice 20 fossem o maior índice permitido. Poderia haver patrões que definissem uma amplitude de índice menor, onde começaria no 1 e o máximo seria 4, onde o que ganhava mais receberia 4 vezes mais anualmente do que a menor remuneração da sua empresa.
 Assim era difinida uma remuneração mensal base inicial a cada novo empregado, este era ainda colocado numa posição definida do índice remuneratório, onde 1 era o mais baixo e 20 era o mais elevado.
 A remuneração das pessoas deixava de ser taxada pelas finanças para só ser taxada a atividade económica: pois não tem lógica nenhuma taxar as remunerações, além de deixar muitas vezes os menos esclarecidos sem perceber quanto vão ganhar no seu novo emprego.
 Tudo o que é atualmente subsídio e ajudas de custos, passava a fazer parte da remuneração única que cada empregado, gestor ou patrão/acionista recebia, os subsídios e ajudas de custos eram substituídos por aumentos temporários ou permanentes no índice de remuneração da sua empresa.
 O IRS e o IRC de cada empregado, gestor ou patrão/acionista, era cruzado no final do ano fiscal para assegurar que os índices remuneratórios das empresas eram cumpridos.
 O acerto do final do ano fiscal provocaria sempre um acerto na remuneração anual de todos, no sentido de receber ou de pagar, assim as empresas deveriam definir uma remuneração mensal para cada colaborador, abaixo do estimado para esse ano, de modo para no caso do negócio correr mal, evitar que os colaboradores não viessem a ter de pagar à empresa grandes montantes. Esta forma de ser remunerado permitiria receber da empresa no final do ano fiscal um bom montante, se o negócio corresse bem e pagar à empresa se corresse muito mal.
 CONCLUSÃO
 No sistema SEI o custo do trabalho era nulo, logo conversas como a do ser humano Belmiro deixavam de ter lógica e os lucros deixavam de ter o conceito atual de propriedade só de quem investiu bens, para ser distribuído por quem investiu bens e trabalho.
 O conceito de trabalhador assalariado de outrem desaparecia para surgir o novo conceito de investidor:
 investidor de bens (atual patrão que só investe e não trabalha), investidor de bens e mais valias (atual investidor que gere a empresa ou tem outra qualquer função na empresa) e investidor de mais valias, este  seria o atual trabalhador de outrem.
NB: para ver o desenvolvimento deste novo conceito económico SEI, vá consultando o blogue: pensacm.blogspot.com
Bloggersapão

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