terça-feira, 26 de abril de 2016

POSSUIDORAS E CIDADANIA




- Cada vez mais é difícil de perceber quando estamos a falar com um homem ou com uma mulher, pois a medicina já evoluiu tanto que há homens mais femininos que muitas mulheres e mulheres mais masculinas que muitos homens.




- Pois é, mas a acrescentar a isso, temos que também já não sabes quando estás a falar de um casamento se estás a falar de duas pessoas com o mesmo género ou de géneros diferentes: o que nos obriga a ter cuidados redobrados para eventualmente não melindrar ninguém, o que torna tudo mais complicado.




- Pois na minha opinião na situação atual devíamos falar das pessoas como possuidores de vagina, possuidores de pénis ou possuidores de vagina e pénis para os hermafroditas.

- Desta forma já não era necessário dizer coisas como:

Aquele senhor, aquele tipo ou aquele gajo, passando-se a dizer:

- O possuidor.

Ou então:

- A possuidora.

Ou ainda:

- O duplo possuidor. Para os hermafroditas.




- Tu és um bocado parvo!  Isso é uma conversa totalmente estranha.




- Não é não: há amigos meus que dizem não ter namorada só porque não são possuidores de umas finanças mínimas para as ter. Como estás a ver: não são possuidores. A posse no mundo atual é tudo.



- Então e vocês quantos amigos possuidores e possuidoras têm?






- Olha, eu acho que mais importante que isso era alterar o cartão de cidadão para cartão de cidadania: é um machismo de todo o tamanho chamar cidadão a homens e mulheres.



- Cidadania é género feminino: penso que se devia chamar cartão de posse de direitos nacionais.



- É por isso que se chamar possuidor de pénis e possuidora de vagina às pessoas já tudo fica mais coerente e em vez de nesse cartão vir se é divorciado, casado ou solteiro, devia vir o número de filhos biológicos e se é possuidora de vagina original ou se já tinha sido possuidor de pénis ou ainda quantas vezes já tinha sido possuidor de pénis e possuidora de vagina.




- Quantas vezes?
...
- Sim! Quantas vezes! Pois num futuro próximo há pessoas que se vão aborrecer de ser possuidores só de um órgão sexual e vão mudar de vez em quando: como quem atualmente faz plásticas ao nariz.

Bloggersapão

quinta-feira, 7 de abril de 2016

AVALIADORES DE RIQUEZA POBRE



 


Segundo um relatório da Oxfam em 2014: 1% da população mais cira do mundo estaria em vias de ter mais riqueça que os restantes 99 %.




Quando falamos de riqueza significa valor nos respetivos locais onde o valor é
contabilizado, trocável por dólares americanos: o que significa que uma casa no centro de África pode valer muito menos que uma casa identica junto a uma praia em Miami, sabendo nós que nas duas situações o conforto como abrigo para os residentes tem o mesmo valor.
Podemos também referir que o conforto humano equivalente num local relativamente a outro poderá ser muito diferente e inflacionar o considerado valor da riqueza de um relativamente à do outro, vejam-se exemplos.



Um almoço que no Sudão do sul poderá custar 10 cêntimos de dólar poderá valer em Manhatan centenas de dólares com o mesmo valor nutritivo e sem causar qualquer distúrbio gastro intestinal.
Uma palhota que abriga uma família na república Centro Africana e que teve custo zero mais o investimento do tempo da mão de obra e recolha de materiais naturais e construção pode ter um conforto equivalente para as pessoas em questão do que uma mansão com valor de milhões de dólares em Miami ou em Holywood  que ainda paga um imposto anual brutal.
A roupa necessária para estar termicamente e ergonomicamente confortável no norte da Noruega tem custos brutais relativamente ao uso de uns centímetros quadrados de fibras usadas num país tropical e que são mais confortáveis do ponto de vista humano.



É este tipo de avaliação da riqueza das pessoas que a Oxam e estudos afins se debruçam: são alucinações economicistas que arrastam a população dos países que se arrogam de ricos para raciocíneos de piedade para com os pobres.
Mas quem são os verdadeiramente ricos e os pobres ?
Aquele que corta uns ramos de árvore, umas folhas e outros materiais naturais e aplica os seus conhecimentos para construir a sua casa que vai durar toda a sua vida que não paga imposto algum, não tem horário de trabalho, nem tem que passar 8 horas diárias sentado a criar colesterol durante uma vida inteira e que não depende da logística dos supermercados para sobreviver para além de ser independente da estabilidade do emprego para conseguir pagar todas as suas dependências, é mais pobre do que aquele que sabe fazer ou procurar tudo o que necessita para viver e que o sistema de saúde que usa não tem custos com consultas nem medicamentos, tendo o médico tradicionalista sempre a uns passos de distância e os medicamentos como plantas frescas colhidas na hora, tendo uma vida sem o stress artificial do relógio e dos objetivos de gestores alheios ?



Esta riqueza mundial estimada por uma instituição suiça não tem qualquer valor comparativo real e só cria mais problema de consciência ao cidadão desgraçado ocidental que quase mata o colega para subir a chefe dele.

Bloggersapão