- Outro dia fui ao Cercal e estava lá a almoçar numa esplanada quando veio um refugiado a vender óculos e outras coisas.
- O indivíduo quando não conseguia vender nada à pessoa pedia-lhe que lhe pagasse qualquer coisa para comer e se a pessoa dissesse que não, o fulano fazia uma careta com um ar crítico como quem fica aborrecido.
- Cercal?
- Onde fica isso?
- Cercal pertence o Concelho de Santiago do Cacém no Alentejo, quem vai de Sines para Vila Nova de Mil Fontes passa no Cercal, povoação que distribui o transito para Mil Fontes e Odemira.
- Mas afinal, Marciálio, qual era o problema do homem?
- Incomodou-te?
- O problema do homem foi o facto de estar a vender sem fatura, logo não pagava IVA do que vendia nem IRC e estava na esplanada de um café de uma povoação que não tem muitos empregos nem grandes negócios, mas que tinham casa aberta a pagar os impostos respetivos.
- O homem quando não conseguiu nada, nem vender nem que lhe pagassem nada, ainda fez um ar crítico, deixando um rasto de má disposição depois de se meter com a pessoa que não conhecia de lado nenhum.
- Eu não tenho que aturar este tipo de abordagens!
- Sempre é melhor isso que andar a gamar?!
- Não achas?!
- Ó Noiteiro, essa é boa, então agora temos que levar com comportamentos provocatórios e ainda ficar agradecidos por não sermos roubados?
- Se isso agora é assim que país é este?
Bloggersapão
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